Os últimos dias foram devastadores para uma família da comunidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Mãe, três irmãos e uma cunhada morreram na última semana, todos vítimas da Covid-19.
“Enquanto eu estava na funerária, o hospital me ligou dizendo que outro irmão tinha morrido e que eles não tinham mais espaço para colocar os corpos. São dias devastadores os que estamos vivendo”, disse Jorge Luís Bonaldi, de 55 anos.
Todos os familiares estavam internados no Hospital São Vicente de Paulo, havia cerca de 10 dias. No entanto, o quadro dos pacientes foi agravado rapidamente, segundo informou a equipe médica aos parentes.
Jorge Luís relembra o dia em que foi chamado por um dos médicos da instituição e alertado sobre exames que mostravam a deterioração pulmonar dos parentes.
“O médico colocou os exames na tela e começou a me mostrar o passo a passo. Um dia, 30%, outro dia 40%, depois ainda mais. É incrível o quanto essa nova variante é agressiva nos pulmões. Ele me disse e eu pude ver”, relatou.
A perda dos familiares começou na quarta-feira (17/3), com a morte de Paulo Ricardo Bonaldi, de 62 anos. No dia seguinte (19/3), seu irmão, Achiles Atílio Bonaldi, 58, também faleceu. Na sexta-feira (19/3), a família perdeu a matriarca, Maria Vergília Corrêa Bonaldi, de 83, e sua nora – esposa de Paulo Ricardo -, Salete Ribeiro Bonaldi, 61. Mais jovem das vítimas, Sérgio Corrêa Bonaldi, 47 anos, teve o óbito registrado nessa terça-feira (23/3).
Família
A mãe, Maria Vergília, havia sido vacinada com a primeira dose da CoronaVac, e aguardava imunização completa para os próximos dias. Contudo, contraiu a doença no período de espera.
Mais jovem dos sete filhos de dona Maria, o ex-jogador de futebol Rodrigo Corrêa Bonaldi, 41 anos, ficou 15 dias no mesmo hospital. Internado na UTI, se recuperou, mas ainda sofre sequelas, como perda de força nos músculos.
Jorge Luís, a esposa e os dois filhos testaram positivo para o coronavírus em janeiro. Todos, com sintomas leves, ficaram isolados e se recuperaram.
“Não brinquem com isso. Só quem está passando sabe o que essa doença pode fazer. Liquida com a família, liquida com o emocional, liquida com tudo”, finaliza Jorge.
Por Metrópoles