Uma das mulheres de maior destaque na história brasileira nasceu no mesmo dia em que se celebraria, anos depois, o Dia Internacional da Mulher. Trata-se de Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida por Maria Bonita. Uma personagem que representa força e independência ao ter trocado uma vida tradicional pelos anos no cangaço. Se estivesse viva, a precursora feminina desse movimento completaria 110 anos em 2021.
Mesmo antes do cangaço, Maria se mostrava uma mulher com características diferentes do habitual. Baiana de Jeremoabo, casou-se quando tinha 15 anos com o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé do Neném, com quem teve um relacionamento marcado por infidelidades e agressões por parte do companheiro. Ainda assim o questionava. Por vezes, saía para morar na casa dos pais e não deixava de dançar. Mesmo com outros homens.
Em uma época em que as mulheres não podiam votar ou pedir o divórcio, ela conheceu Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Cangaceiro que já tinha fama em todo Brasil e era admirado por Maria. Entre encontros durante passagens dele pela fazenda em que os pais dela viviam, ela pediu para acompanhá-lo no cangaço. Aos 20 anos, deixou o casamento para uma nova vida.